Por que eu sinto raiva e não consigo evitar isso?

Você já deve ter passado por momentos em que sentiu muita raiva: uma discussão no trânsito, um desentendimento familiar, ouvir algo ofensivo no trabalho. São muitas as ocasiões que podem despertar uma raiva dentro de cada um de nós.

Ao mesmo tempo, você deve ter tentado não sentir essa raiva e procurado meios para que ela não surgisse de novo em situações similares. Como você se sentiu quando não conseguiu isso?

Com certeza foi muito frustrante.

Sabe por que você não consegue impedir que a raiva brote dentro de você?

Leia até o final que vamos explicar isso e o que você pode fazer a respeito.

A raiva é uma emoção

As pessoas misturam e confundem emoções com sentimentos.

Assim, pra começo de conversa é importante diferenciar as duas coisas.

Emoção é algo automático, ninguém tem controle sobre o surgimento dela. São programas de ação coordenados pelo cérebro que gerenciam alterações em todo o corpo: hormônios, neurotransmissores, movimento das vísceras, comportamento. Possibilitam atacar ou fugir. Já os sentimentos vêm depois da emoção, é a consciência de uma emoção, é a percepção parcial das emoções. São estruturas e circuitos cerebrais diferentes para emoção e para o sentimento. Há diferenças neuro anatômicas e neurobiológicas.

São seis as emoções básicas: medo, raiva, tristeza, alegria, nojo e surpresa.

Já os sentimentos poderiam ser alistados às dezenas ou até mesmo centenas.

Então até aqui você entendeu por que você sente raiva e não consegue impedir isso: é uma emoção, e é automática. Você consegue impedir o coração de bater? Consegue impedir o intestino de funcionar? Parar a respiração? Não! São AUTOMÁTICOS. Assim também é com a raiva.

O que fazer?

Mas isso não quer dizer que você deva agora permanece sentindo raiva o tempo todo, e descontando essa raiva em tudo e em todos, agredindo verbal ou fisicamente a outros ou a si mesmo.

Mesmo porque, a raiva é uma emoção que está presente na origem de muitas doenças, tais como gastrite, refluxo, cálculos biliares, pancreatite e outras. Você não quer alimentar nenhuma doença, certo?

O que fazer então quando surgir a raiva dentro de você?

Quando isso acontece, você tem a oportunidade de fazer uma autoanálise e de crescer como pessoa, ser humano. É hora de pensar: o que aconteceu que despertou essa emoção em mim? O que posso aprender com esse evento? Como posso evitar situações assim no futuro? E se eu não puder evitar, o que posso fazer para que o problema que é do outro permaneça com ele e que eu não me sinta obrigado a carregar o que não é meu? E se o problema for comigo, que ações posso tomar para gerenciar melhor as minhas emoções?

Fazer esse processo interno nem sempre fácil. E você precisa admitir que em algum momento precisará da ajuda de um terapeuta. Sozinho, pode ser que você se engane ou minimize as coisas, ou que não tenha ideia de como lidar com a situação. Mas com a ajuda de um profissional, você pode conseguir entender a origem e a solução daquilo que sente.

E lembre-se: você pode até sentir raiva, mas não precisa, nem deve permanecer com ela, nem ser escravo dela.